terça-feira, 8 de dezembro de 2009

PROJETO: CONSTRUINDO VALORES NA ESCOLA

PROJETO PILOTO: CONSTRUINDO VALORES NA ESCOLA
PERÍODO: 28 DE ABRIL A DEZEMBRO DE 2009

Problemática:

Atualmente nossa sociedade mostra-se carente de valores que desencadeiam inúmeros problemas, falta de respeito mútuo, uso de drogas, violência, falta de leitura, problemas de interpretação, problemas na escrita, entre outros. É neste cenário que vivem nossos alunos, pais e educadores que estão buscando ajuda para mudar esta tendência alarmante. Acreditamos que parte da solução destes inúmeros problemas esteja em dar ênfase ao ensino de valores.

Fundamentação teórica:
Convém afirmar que o trabalho com a leitura, compreensão e a produção escrita em Língua Materna deve ter como meta primordial, o desenvolvimento no aluno de habilidades que façam com que ele tenha capacidade de usar um número sempre maior de recursos da língua para produzir efeitos de sentido de forma adequada a cada situação específica de interação humana.
Luiz Antônio Marcuschi (UFPE) defende o trabalho com textos na escola a partir da abordagem do Gênero Textual. Marcuschi não demonstra favorabilidade ao trabalho com a Tipologia Textual, uma vez que, para ele, o trabalho fica limitado, trazendo para o ensino alguns problemas, uma vez que não é possível, por exemplo, ensinar narrativa em geral, porque, embora possamos classificar vários textos como sendo narrativos, eles se concretizam em formas diferentes – gêneros – que possuem diferenças específicas.
Por outro lado, autores como Luiz Carlos Travaglia (UFUberlândia/MG) defendem o trabalho com a Tipologia Textual. Para o autor, sendo os textos de diferentes tipos, eles se instauram devido à existência de diferentes modos de interação ou interlocução. O trabalho com o texto e com os diferentes tipos de texto é fundamental para o desenvolvimento da competência comunicativa. De acordo com as idéias do autor, cada tipo de texto é apropriado para um tipo de interação específica. Deixar o aluno restrito a apenas alguns tipos de texto é fazer com que ele só tenha recursos para atuar comunicativamente em alguns casos, tornando-se incapaz, ou pouco capaz, em outros. Certamente, o professor teria que fazer uma espécie de levantamento de quais tipos seriam mais necessários para os alunos, para, a partir daí, iniciar o trabalho com esses tipos.
Para Marcuschi, Tipologia Textual é um termo que deve ser usado para designar uma espécie de seqüência teoricamente definida pela natureza lingüística de sua composição. Em geral, os tipos textuais abrangem as categorias narração, argumentação, exposição, descrição e injunção (Swales, 1990; Adam, 1990; Bronckart, 1999). Segundo ele, o termo Tipologia Textual é usado para designar uma espécie de seqüência teoricamente definida pela natureza lingüística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas) (p. 22).
Travaglia define Tipologia Textual como aquilo que pode instaurar um modo de interação, uma maneira de interlocução, segundo perspectivas que podem variar. Essas perspectivas podem, segundo o autor, estar ligadas ao produtor do texto em relação ao objeto do dizer quanto ao fazer/acontecer, ou conhecer/saber, e quanto à inserção destes no tempo e/ou no espaço. Pode ser possível a perspectiva do produtor do texto dada pela imagem que o mesmo faz do receptor como alguém que concorda ou não com o que ele diz
Travaglia diz que o Gênero Textual se caracteriza por exercer uma função social específica. Para ele, estas funções sociais são pressentidas e vivenciadas pelos usuários. Isso equivale dizer que, intuitivamente, sabemos que gênero usar em momentos específicos de interação, de acordo com a função social dele. Quando vamos escrever um e-mail, sabemos que ele pode apresentar características que farão com que ele “funcione” de maneira diferente. Assim, escrever um e-mail para um amigo não é o mesmo que escrever um e-mail para uma universidade, pedindo informações sobre um concurso público, por exemplo.
E, assim como na construção de um texto, assim como na fala, usamos mecanismos para garantir ao interlocutor a compreensão do que se lê / diz.

Esses mecanismos lingüísticos, que estabelecem a conectividade e a retomada do que foi escrito / dito são os referentes textuais e buscam garantir a coesão textual para que haja coerência, não só entre os elementos que compõem a oração, como também entre a seqüência de orações dentro do texto.

Essa coesão também pode muitas vezes se dar de modo implícito, baseado em conhecimentos anteriores que os participantes do processo têm com o tema. Por exemplo, o uso de uma determinada sigla, que para o público a quem se dirige deveria ser de conhecimento geral, evita que se lance mão de repetições inúteis.

Numa linguagem figurada, a coesão é uma linha imaginária - composta de termos e expressões - que une os diversos elementos do texto e busca estabelecer relações de sentido entre eles.

Dessa forma, com o emprego de diferentes procedimentos, sejam lexicais (repetição, substituição, associação), sejam gramaticais (emprego de pronomes, conjunções, numerais, elipses), constroem-se frases, orações, períodos, que irão apresentar o contexto – decorre daí a coerência textual.

Um texto incoerente é o que carece de sentido ou o apresenta de forma contraditória. Muitas vezes essa incoerência é resultado do mau uso daqueles elementos de coesão textual. Na organização de períodos e de parágrafos, um erro no emprego dos mecanismos gramaticais e lexicais prejudica o entendimento do texto.
Construído com os elementos corretos, confere-se a ele uma unidade formal.

Nas palavras do mestre Evanildo Bechara (1), “o enunciado não se constrói com um amontoado de palavras e orações. Elas se organizam segundo princípios gerais de dependência e independência sintática e semântica, recobertos por unidades melódicas e rítmicas que sedimentam estes princípios”.

Desta lição, extrai-se que não se deve escrever frases ou textos desconexos – é imprescindível que haja uma unidade, ou seja, que essas frases estejam coesas e coerentes formando o texto.

Além disso, relembre-se que, por coesão, entende-se ligação, relação, nexo entre os elementos que compõem a estrutura textual.


Objetivo geral:

Motivar e envolver os alunos para pensarem sobre si, a vida, o mundo, os valores e suas implicações diárias.

Objetivos específicos:

• encorajar os educadores e responsáveis pelos alunos e ver a educação como ponto essencial para a mudança da sociedade;
• valorizar o patrimônio público, respeitando e conservando principalmente o ambiente escolar;
• valorizar o local onde moram nos seus aspectos físicos e humanos, buscando a plena cidadania;
• oportunizar aos alunos a construção de uma filosofia de vida;
• desenvolver habilidades pessoais, sociais e emocionais;
• identificar valores universais como: paz, respeito, amor, humildade, cooperação, tolerância, honestidade, responsabilidade, liberdade, união, e amizade, entre outros;
• pensar e refletir sobre o significado desses valores, através da língua escrita e falada;
• vivenciar o sentimento de respeito por si e pelos outros;
• conscientizar sobre a importância dos valores;
• promover comportamentos pacíficos, amorosos, honestos e cooperativos;
• proporcionar as escolhas positivas por meio de distanciamento dos comportamentos negativos;
• criar métodos positivos para lidar com os conflitos;
• escrever textos diversos, obedecendo os diferentes gêneros textuais;
• proporcionar diversas reflexões a partir de diferentes textos;
• manusear e identificar gêneros literários bem como a importância e utilidade no dia-a-dia;

Metodologia:

• reflexão escrita sobre o painel alusivo a este projeto (exposta na frente da escola);
• entrega e troca de mensagens no início ao final da aula;
• músicas; Gentileza – Marisa Monte;
• palavras mágicas;
• teatros;
• jogos;
• construção de cartazes
• clube da correspondência;
• filmes;
• textos escritos;
• propagandas;
• bilhetes;
• cartazes;


Cronograma:

• 28 de abril a dezembro de 2009;
• datas comemorativas: dia da educação 28/04, dia da emancipação do município 09/05, dias das mães 10/05, dia do amigo 20/07, dia dos pais 09/08
• atividade de mobilização e integração (a combinar);
• 06/07 – 1ª atividade do Gestar II ( Fábula)
• 08/07 – 2ª atividade do Gestar II ( Trabalhando com cordéis)
• 17/07 – 3ª atividade do Gestar II ( Descrição do professor)
• 21/07 – 4ª atividade do Gestar II ( Balas para crescimento)
• 20/08 – 5ª atividade do Gestar II ( Circuito fechado)
• 23/08 – 6ª atividade do gestar II ( análise do filme Narradores de Javé)
• 04/09 – 7ª atividade do Gestar II ( Se eu fosse você)
• 08/09 – 8ª atividade do Gestar II ( Brincando de quebra-cabeça)
• 11/09 – 9ª atividade do Gestar II ( Brincando com sons)
• 18/09 – 10ª atividade do Gestar II ( Para organizar informações)
• 21/09 – 11ª atividade do Gestar II ( Artigo – Alfabetização e letramento)
• 07/10 – 12ª atividade do Gestar II ( A progressão textual)
• 12/10 – 13ª atividade do Gestar II ( Defendendo idéias)
• 14/10 – 14ª atividade do Gestar II ( Histórias de hoje e sempre)
• 16/10 – 15ª atividade do Gestar II ( Histórias de hoje e sempre)
5ª série ( Errando histórias) 6ª série ( Histórias ao contrário)

Equipe de trabalho:

Comunidade escolar, docentes das diversas áreas;

Atividade de culminância: “Elaboração de um livro de histórias”

1 - Errando histórias

Vamos errar de propósito algumas histórias conhecidas para ver do que nossa imaginação é capaz? Então, mãos à obra! Reúna-se com seus colegas e escolham um dos inícios de contos de fadas abaixo, deem asas à imaginação e escrevam a continuação da história
Após a leitura da história clássica da Bela Adormecida para a 5ª série, o professor propôs a elaboração de histórias a partir das propostas abaixo:

• Era uma vez uma menina que se chamava Chapeuzinho Amarelo e morria de medo de lobo.
• No meio de uma floresta densa e escura, viviam felizes quatro porquinhos músicos e cantores.
• E de uma ninhada de patos nasceu um patinho lindo, que era elogiado por sua beleza e inteligência por todos os animais. Um cisne feio e invejoso...
• Na hora do baile real, a irmã mais velha de Cinderela foi à horta apanhar hortelã para mastigar e ficar com o hálito cheiroso. A fada madrinha de Cinderela, por ser míope e ter esquecido os óculos na Terra do Encanto, confundiu a irmã com a afilhada e então...

2 - Histórias ao contrário

Vamos inverter os papéis das personagens e escrever uma história ao contrário?
Após a leitura da história clássica da Bela Adormecida para a 5ª série, o professor propôs a elaboração de histórias a partir das propostas abaixo:

• A Cinderela é tão má e desobediente que deixa a madrasta enlouquecida: não ajuda em casa, vai mal na escola e ainda tenta roubar os namorados das irmãs.
• Branca de Neve é feia e tem uma raiva danada da rainha por ser tão bela e bondosa. Não ouve os conselhos e fez amizade com uma turma da pesada.
• A Bela Adormecida acha que dormir é a chave para ser bela e jovem. Então, em qualquer cantinho e a qualquer hora, ela dorme...dorme...dorme...
• João e Maria não têm coração: abandonaram os pais, velhinhos e sem força para trabalhar, numa rua movimentada de uma grande cidade.

Os alunos trabalharam em sala de aula com pequenos grupos, trios ou duplas e após a confecção dos textos, desenharam a história, todo esse material fará parte do Livro produzido pelas turmas de 5ª e 6ª série do Ensino Fundamental da Escola Olavo Bilac em Imbé, o qual será apresentado numa exposição na escola e no município.

Avaliação:

A avaliação se processará dentro das diversas disciplinas em todas as turmas de educação Infantil a 8ª série, de acordo com os critérios de cada professor abrangendo interesse, responsabilidade e integração de toda a comunidade escolar. Observando se ocorrerão mudanças de atitude e comportamento dos alunos no decorres deste projeto.

Além de despertar no aluno o gosto pela leitura e escrita, ajudando-o na formação integral, bem como na interpretação de mundo a partir de diferentes maneiras de escrever, sempre observando os gêneros textuais.

Um comentário:

  1. Olá Lizandra!
    Tudo bem? sou professora da rede pública no Paraná e atualmente faço o PDE.
    Estava pesquisando sobre fábulas e achei seu blog. Eu o achei muito interessante e construtivo. Gostaria de entrar em contato com você por e-mail, pois sua proposta de "Histórias ao contrário" e "Errando histórias" vem de encontro aos meus objetivos de sala de aula.
    ah! Estou tentando criar um blog, mas tenho muito que aprender ainda.
    Meu e-mail é geisa_zulli@hotmail.com
    Um grande abraço!
    Geisa
    Aguardo seu contato.

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