quarta-feira, 8 de julho de 2009

1ª atividade do GESTAR II


A educação é um processo que se dá por acúmulo; por essa razão, é preciso obedecer às várias etapas que o processo impõe. Uns alcançam resultados mais rápido que outros; todos, no entanto, estão submetidos a aprendizagem e, de acordo com essas considerações, a primeira atividade desenvolvida no GESTAR II, foi a “Fábula”, pois já trabalhara com esse tipo de texto ao longo do trimestre.
No entanto, há algumas questões que envolvem o ato de escrever e, por conseqüência, o de elaborar uma redação. E, quando se fala de redação, se pensa no ato de redigir, escrever o que pensa a respeito de determinado assunto, alguma coisa que vem de dentro para fora, algo sobre o qual há o desejo de dizer.
O escritor e humorista brasileiro Millôr Fernandes brinca, dizendo que saber pensar é só pensar. É claro que pensamos, porque pensamos, isto é, a causa do pensar tem como consequência o próprio pensar. Indo mais adiante. Nietzsche afirma que só se pode conhecer o que não se conhece com o que se conhece.
E, assim, introduzi a proposta que desenvolvi em duas aulas. Primeiramente, distribuí envelopes com os textos “A cigarra e a formiga – a formiga boa” e “A cigarra e a formiga – a formiga má” em quatro grupos de uma 5ª série da Escola Olavo Bilac em Imbé-RS, com 18 alunos.
Os textos foram recortados para que os alunos pudessem montá-lo de acordo com estrutura e coerência e, felizmente houve um interesse bastante grande em concluir a atividade. Após o término da montagem dos textos, distribuí o desenho que faziam parte da proposta e entreguei duas perguntas: “a) Qual a idéia de trabalho que está por trás da atitude da formiga má? b) E por trás da formiga boa?”
Cada grupo respondeu de acordo com o texto que leu; após esses questionamentos conversamos sobre as respostas obtidas pelos alunos e discutimos mais algumas questões com relação ao tipo de texto abordado, ou seja: Por que esses textos são classificados como fábulas? Falamos um pouco sobre a moral das duas histórias e, isso nos fez refletir sobre os dias de hoje, fazendo referência sobre as cigarras da nossa sociedade e as formigas...quem são elas...o que fazem conosco...para que servem...
E, ao final do trabalho, sugeri que os alunos criassem uma versão para a cena observada e entregassem.Os textos foram lidos e reescritos e meus objetivos foram alcançados.
Ao longo dessa atividade, sugerida pelo GESTAR II, constatei que cada criança escreve para dizer, não o que sabe, mas o que não sabe, o que não é, mas quer saber e quer ser. Quando eles escreveram, pensaram, portanto, para escrever, ninguém é privilegiado seja com o dom, seja com a técnica. Esses dois elementos, na realidade, são instrumentos que a própria escrita aprimora.
É claro que, para redigir, é necessário dominar algumas “técnicas”; o simples ato de redigir já é uma técnica, isto é, a parte de um conjunto de habilidades.
Escrever é, em suma, buscar a diferença, porque é a diferença que constitui o indivíduo. É por essa razão que, para escrever, não funcionam as ideias prontas, as repetições, os clichês, os lugares-comuns. Não é isso o que os diferencia: são de um modo totalmente deles, têm a história de cada um, os desejos. O texto é, por isso, sempre diferente, porque o objetivo, com ele, é fazer-se conhecer.

Um comentário:

  1. que bom encontrar cursistas de outro estado, espero que possamos manter contato e trocar experiencias.. Parabéns pelo Blog... Vizita o nosso..

    ResponderExcluir